Descombinando você do coração.

Tenho me questionado se o tempo há de perdoar a ausência.
Se vou findar sem preencher as horas de carência com algum encontro combinado de última hora.
Tudo para te deslocar do foco.
Quero que você desapareça.
Que ocupe de novo as memórias esquecidas do que poderia ter sido e não foi.
Mas você não ajuda.
Judia.
Maltrata.
Procura.
Pede calma.
Está vivendo o ápice de suas loucuras e me quer no meio delas?
Não vê que machuca?
Que me esfola inteira?
E eu deixo.
Porque fico pensando nas tantas vezes que te pedi pra ir embora e você não foi.
Mas eu fui.
Eu precisava cortar o ciclo.
Precisava esvaziar o peito de você.
Dessas esperanças espremidas de te ter por perto de novo.
Você voltou sem juízo.
Não teve cuidado.
Abriu a mala de mão e jogou todas as memórias na mesa.
Me fez voltar atrás.
Coração balançou.
E eu tentei não dar espaço.
Aprendi que com o tempo tudo se acerta e se acalma.
Mas você é furacão.
Não me deixa de pé.
Sempre me puxa pra baixo.
Sempre me pede pra esperar enquanto tenta retomar o fôlego.
Mas não dá brecha.
Não dá condições pra eu acreditar que de fato será diferente.
Você me pede sua mas não decide.
Não se basta.
Não põe as cartas na mesa.
Se engana. E tenha me iludir.
Meu coração não é seu picadeiro.
Meu amor não é um capricho.

Marcely Pieroni Gastaldi

Deixe um comentário